Três Leituras Essenciais de José Maria Rodrigues Ramos.

Sempre gostei de biografias. Os leitores que tiveram em mãos meus dois anteriores livros, publicados pela Quadrante, não terão dúvidas quanto a isso: os dois se fiam, cada qual com seu objetivo, no exemplo e na inspiração de algumas figuras do passado capazes de nos ensinar muito: seja o autoconhecimento e a vida ética, no caso de Conhece-te a ti mesmo; seja a experiência da própria vocação e da própria responsabilidade,
como em Um trem que passa.

Naturalmente, quando comecei a escrever A caridade, lançamento deste ano sobre a maior das virtudes teologais, não pude deixar para trás as minhas leituras de textos biográficos. Afinal, se uma expressão como “virtude teologal” pode soar algo abstrata, na vida de muitas pessoas ela se fez palpável, clara.

Um desses exemplos que menciono no novo livro é o de Immaculée Ilibagiza. Em sua vida foi crucial a experiência de um dos holocaustos mais cruéis da história: aquele que matou, em Ruanda, mais de um milhão de pessoas da tribo tutsi e que foi perpetrado pelos hutus. Durou aproximadamente cem dias, e toda a família de Immaculée foi assassinada. Única sobrevivente, ela passou três meses escondida num banheiro de dimensões minúsculas com outras sete mulheres. Como menciono no texto, “em inúmeras ocasiões, hutus armados com lanças e facões vasculharam a casa à sua procura, chamando-a pelo nome”. A situação não era  humanamente fácil: “Por vezes a raiva invadia a alma de Immaculée. As notícias que chegavam das perseguições e matanças promovidas pelos hutus eram revoltantes. ‘As outras mulheres choravam, eu não’, conta Immaculée. ‘Naquele momento eu não tinha lágrimas. Não senti dor, senti raiva. Nunca sentira tanta raiva em minha vida — minha raiva era maior do que eu pensava ser possível.’”

Foi preciso muito esforço e muita oração para que isso mudasse. A constância na vida interior, porém, deu seus frutos, e Immaculée pôde vislumbrar que, “aos olhos de Deus, os assassinos também faziam parte de Sua família e mereciam amor e perdão. Compreendi que não podia pedir a Deus que me amasse se não estivesse
disposta a amar Seus filhos. Nesse momento orei pelos assassinos, para que seus pecados fossem perdoados. Rezei para que Deus os fizesse reconhecer, antes do final de suas vidas, o caminho horrendo que seguiam — antes de serem chamados a responder por seus pecados mortais.”

Esse exemplo mostra um pouco – ou melhor, mostra muito! – do quanto a caridade pode ser difícil. Mas também recompensa: dá-nos paz de espírito na terra e, em breve, o céu.

Só que não se trata, é claro, de uma virtude a ser praticada apenas em situações extraordinárias. O que busquei no livro foi mostrar três chaves para a prática da caridade que podem ser exercitadas todo dia, em quaisquer situações: são a compreensão, a escuta e esse perdão que Immaculée vivenciou heroicamente.

Os detalhes todos eu deixo para vocês, leitores, descobrirem nas páginas de A caridade. Espero que possam tirar muitas ideias e inspirações para praticar essa virtude basilar.

 

 

 


Conheça abaixo as obras de José Maria Rodrigues Ramos:

Pocket A caridade: Compreender, amar, perdoar — Coleção Virtudes

Em versão pocket, uma reflexão prática sobre a caridade e três de seus verbos principais: compreender, perdoar, escutar.

Alista de títulos de José Maria Rodriguez Ramos está crescendo, agora com um tema central para a vida interior de todo batizado: a caridade, palavra que soa bela na boca de todos, mas com frequência é incompreendida. Com efeito, falamos em caridade e logo pensamos em grandes ações altruístas, em organizações não governamentais, em visitas a orfanatos, asilos, hospitais… Tudo isso é, sim, importante, mas talvez seja pouco. A caridade, afinal, é muito mais: trata-se de uma virtude que nos faz amar a Deus e, à luz desse amor ao Criador, permite que nos amemos uns aos outros com retidão e entrega.

Neste livro, José Maria Rodriguez Ramos ensina-nos quais são os três verbos que hão de guiar o coração verdadeiramente caridoso: compreender, perdoar, escutar. E, tendo-os por norte, oferece-nos alguns exemplos e histórias surpreendentes, mas também acessíveis e inspiradores, de situações em que a caridade triunfou e, como sói acontecer, produziu seu maior fruto: a alegria.

Clique aqui e saiba mais sobre o Pocket A caridade.

Livro Um trem que passa: Relatos de pessoas que embarcaram no trem da sua vocação

Na vida de todos nós passa um trem… ou vários. Um trem em que podemos subir ou que podemos deixar partir. O chefe da estação toca o sino. O maquinista apita. O vapor da locomotiva forma nuvens de fumaça, enevoando o ambiente. As rodas de ferro rangem e começam a girar lentamente. As pessoas despedem-se, acenando com lenços, e acompanham o movimento inicial da composição, que aumenta a marcha e, pouco a pouco, vence a inércia… Da plataforma, vê-se o trem afastar-se e diminuir de tamanho, rumo ao horizonte. Quem partiu nele, embarcou para uma aventura única e exclusiva. Já quem ficou, sente o vazio de não ter galgado os degraus da composição e sente sua alma rasgar-se na despedida. Não embarcou, deixou o trem partir… Quando passará o próximo? Talvez dentro de pouco tempo, talvez nunca. Nas páginas que seguem, narram-se algumas experiências de pessoas que não deixaram o trem partir. Descrevem-se, sempre que possível apoiado nos relatos dos próprios autores, as paisagens vitais que contemplaram durante a sua viagem e o destino das suas aventuras. Para subir no trem, todas essas pessoas – mulheres e homens – precisaram de determinação, coragem, espírito de aventura, audácia e juventude de alma.

Clique aqui e saiba mais sobre o Livro Um trem que passa

Livro Conhece-te a ti mesmo

É difícil agir eticamente sem autoconhecimento. Quem não sabe quem é não saberá o que é bom nem para si nem para os outros. O hábito da reflexão nos leva a enxergar as próprias inclinações, a cultivar as virtudes e, principalmente, a formar a própria consciência, a fim de que a nossa vida se guie pelo que é certo, custe o que custar. Esse livro, norteado pela máxima grega “Conhece-te a ti mesmo”, leva o leitor a olhar para dentro de si diante de questões que circundam a vida, apresentando personagens reais e fictícios que tiveram que lidar com duros dilemas éticos.

Clique aqui e saiba mais sobre o Livro Conhece-te a ti mesmo

 

O AUTOR… 

José Maria Rodriguez Ramos estudou na Universidade de São Paulo, onde se graduou e concluiu o Mestrado e o Doutorado em Economia. Trabalhou como editor do boletim Interprensa e da Revista de Economia e Relações Internacionais. Durante três décadas foi professor em diversas faculdades em São Paulo, lecionando, entre outras disciplinas, História do Pensamento Econômico, Ética, Metodologia Científica e Economia Política Internacional. Nos últimos anos tem participado de diversos Conselhos de Administração, entre eles do conselho da Quadrante Editora.

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