O que um escritor, alguém completamente imerso na arte das palavras, há de pensar da situação atual da cultura? Que há de achar ao ver como a arte cede espaço às ideologias e às polarizações políticas – ou, o que é pior, como a arte é julgada segundo critérios políticos e ideológicos? E o que responderá quando, num mundo tão imediatista, cujo horizonte de sentido não contempla palavras como vocação, sentido e beleza, perguntam-lhe por que ainda se dá o trabalho de escrever?
Questões assim são cruciais a escritores e leitores, a artistas e admiradores das grandes manifestações estéticas da humanidade. E o próximo livro do clube QUiD tocará cada uma delas segundo o olhar de um poeta vivo e atuante hoje.
A tirania da arte reúne ensaios do escritor brasileiro Hugo Langone a respeito de temas que, diante das falsas urgências do mundo acelerado à nossa volta, parecem não exigir reflexão, mas que se revelam centrais àquilo que mais pode satisfazer a alma do homem. Entre esses temas estão a relação da beleza com a polarização política; o real motivo por trás da prática e da vocação do escritor; a relação do artista com a moral; os caminhos da educação e sua relação com a cultura; entre muitos outros.
Acima de tudo, este é um livro que revela que ainda há autores buscando refletir de modo ponderado – mas sem perder o vigor de quem se sabe lidando com o que há de mais excelso – sobre tudo quanto nos faz mais humanos: a criação, a capacidade de contemplar, de deslumbrar-se, de exclamar o belo.