A tirania da arte

A tirania da arte
Ensaios de cultura e escrita

Por mais de uma vez já se disse que tanto maior é nossa dificuldade em falar de determinado assunto quanto mais estamos imersos nele, pensamos nele, dedicamos-lhe atenção, energia, tempo. E em muitos aspectos isso é verdade comprovada — ou melhor: que comprovo agora mesmo, quando me pedem que falem sobre meu A tirania da arte. De repente, alguém que vive da escrita parece ter desaprendido a fazê-lo.
Por sorte, as questões de que um poeta trata quando escreve algo que não seja poesia só podem ser aquelas que lhe tocam a vida, e falar da própria vida é algo que recordamos a fazer. Por isso posso — e devo — dizer que A tirania da arte, esta coletânea de ensaios que foram sendo escritos para diversos periódicos ao longo dos anos, é uma extensão do que a própria sensibilidade às letras, à arte, exige.
E o que seria isso, de fato? Ora, que a vocação à expressão artística seja depurada segundo os parâmetros da humanidade, do fim do homem, de sua grandeza e sua pequenez. E, nesse caso, nada pode ficar de fora, nenhum âmbito do ser humano: a relação entre arte e política, entre escrita e vocação, entre arte e moral, entre liberdade pessoal e criação, entre a ideologia e a verdade artística… São precisamente essas as questões que povoam as páginas da Tirania, substantivo que representa de modo fiel o que a vocação criativa deseja fazer com o homem e a mulher que a transformam em ídolo.
Naturalmente, apenas uma casa como a Quadrante — pouco disposta a ceder a modismos ideológicos em prol de um destaque cultural falso, mas sem descuidar da necessidade de revigorar o modo como se tratam hoje as grandes questões — poderia confiar num projeto assim, levá-lo a sério. Todas as gratidões, portanto, não bastariam para o que lhe devo. Ela de fato é, com diz seu mote, um grande centro de formação humana integral.


Hugo Langone

Autor do livro A tirania da arte e Diretor de aquisições da Quadrante

É uma constante entre os artistas, ao menos depois da modernidade, questionar-se sobre os porquês da própria arte, o porquê da escrita, uma vez que o ato de criação, bem como o papel que uma obra desempenha na alma do público e no ânimo da sociedade, ganha novas dinâmicas, conflitos, dificuldades. Escrever é uma necessidade, a que o artista se sente impelido a atender? Até que ponto é forçoso elaborar a experiência sob a forma da linguagem, expressar-se, dialogar? E quais renúncias a arte — essa tirana — exige do artista, e quais limites é preciso ultrapassar? A que exercícios de atenção, sensibilidade e compaixão podem hoje nos ensinar uma obra de arte, quando tudo é classificado por critérios de partidarismo? O que é educação, o que é alta cultura? O poeta Hugo Langone, que não se furta a meditar sobre essas questões, apresenta-nos aqui, com a elegância e a indulgência que lhe são típicas, os ensaios de algumas respostas.

 

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Livro a Tirania Da Arte: Ensaios De Cultura e Escrita
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