A leitura constitui uma fonte inesgotável de sabedoria.

A leitura constitui uma fonte inesgotável de sabedoria, de alimento para nossa inteligência, de fonte de conhecimento, de matéria-prima para nossa reflexão. Por vezes há autores que defendem a leitura, qualquer leitura, como um bom alimento da alma, mas não é verdade que qualquer livro tenha a capacidade de nos tornar melhores pessoas. É necessário selecionar bem as nossas leituras.

O tempo — explicam os economistas — é escasso. Mesmo no caso daquelas pessoas que destinam muitas horas das suas vidas à leitura, se reunissem os livros lidos ao longo dos anos, e mesmo que essa pessoa tivesse uma vida centenária, todos eles juntos caberiam em poucas estantes… É possível possuir grandes e maravilhosas bibliotecas, repletas de livros extraordinários, mas uma vida é insuficiente para sequer folhear todos esses livros. Por essa razão, não vale a pena nem acumular nem perder tempo com livros insubstanciais, ocos e vazios.

Assim como há alimentos que não nos fazem bem, há livros que não contribuem em nada para nosso crescimento como seres humanos. Ao mesmo tempo, tal como há alimentos apropriados para cada idade da vida, há livros que nos fortalecem em cada idade da nossa existência. O tempo é precioso. É preciso aconselhar-se bem, é preciso selecionar bem os livros que vale a pena ler.

Por último, assim como na nossa vida há um tempo para cada atividade: para estar com a família e com os amigos, para trabalhar, para descansar, para comemorar… há também uma leitura adequada às nossas necessidades de cada momento: descansar, refletir, rezar, divertir-se.

Ao longo dos anos fui colecionando relações de livros recomendados no colégio, na faculdade, por amigos, em revistas e jornais. Ao ler um bom livro sempre senti a necessidade de compartilhar esse tesouro, essa descoberta maravilhosa, com meus amigos, minha família, meus colegas de trabalho. Por essa razão também escrevi muitas resenhas de livros em revistas, jornais, boletins informativos.
E, como resultado dessas leituras, também tive o desejo de reunir essas leituras em livros, idealizado a partir de uma ideia central, de um elemento motivador para colocar essas descobertas no papel. Os dois últimos livros que publiquei, Conhece-te a ti mesmo e Um trem que passa, ambos publicados pela Quadrante, têm excelentes bibliografias e, atualmente, estou trabalhando em um pequeno livro que gostaria de publicar até o fim deste ano. Assim como me ajudaram a mim, também podem completar a formação intelectual de muitos leitores.

Em Conhece-te a ti mesmo, quis refletir as décadas que passei ministrando aulas de Ética na Universidade, para alunos de economia, primeiramente, mas depois também para estudantes de Relações Internacionais, Comunicação, Artes, Educação Artística e Direito. Ora, o contato com estudantes universitários de tantas áreas é algo bastante enriquecedor e estimulante, visto que cada curso tem as suas peculiaridades, mas todos os alunos sintonizam com a linguagem universal da ética.
Naquelas minhas linhas, coloco o projeto de nos conhecermos a nós mesmos — como reza a velha máxima grega, inscrita no dintel de Delfos — como um projeto de vida, que visa à busca pela excelência humana. Isso é fundamental, pois são os projetos para o futuro moldam nossas expectativas e os nossos anseios. Uma pessoa
sem ideais, sem projetos, é um velho de alma. Projetos pelos quais valha a pena lutar: esse é o segredo da existência. Os projetos se aplicam aos diversos campos da nossa vida. Podemos planejar um projeto profissional, um projeto esportivo, um projeto familiar… mas, antes destes e para além deles, está nosso projeto de ser humano, de quem queremos ser.

Não estamos perdidos, temos um modo de descobrir o norte: a razão. Não estamos perdidos, temos uma bússola do agir ético: a consciência. Não estamos perdidos, temos um coração que só se aquieta e tranquiliza na presença da verdade. É o que ali quis transmitir.

Mais tarde, em 2021, publiquei Um trem que passa: Relatos de pessoas que embarcaram no trem da sua vocação, que não deixa de ser um complemento ao primeiro livro. Comparo a vida à expectativa pela passagem de um trem, ou de vários… Trens nos quais podemos subir ou, que podemos deixar partir. O chefe da estação
toca o sino. O maquinista apita. O vapor da locomotiva forma nuvens de fumaça, enevoando o ambiente. As rodas de ferro rangem e começam a girar lentamente. As pessoas despedem-se, acenando com lenços, e acompanham o movimento inicial da composição, que aumenta a marcha e, pouco a pouco, vence a inércia…
Da plataforma, vê-se o trem afastar- se e diminuir de tamanho, rumo ao horizonte. Quem partiu nele, embarcou para uma aventura única e exclusiva. Já quem ficou, sente o vazio de não ter galgado os degraus do vagão e sente sua alma rasgar-se na despedida. Não embarcou, deixou o trem partir… Quando passará o próximo? Talvez dentro de pouco tempo, talvez nunca. O trem que passa não é senão a resposta a um chamado, à nossa vocação. Naquele livro, narro algumas experiências de pessoas que não deixaram o trem partir, para que nos sirvam de exemplo e iluminem as nossas vidas. Descrevo as paisagens vitais que contemplaram durante a viagem e o destino das suas aventuras. Para subir no trem, todas aquelas pessoas precisaram de determinação, coragem, espírito de aventura, audácia e juventude de alma. Não é precisamente isso que queremos nós também?

 

 


Conheça abaixo as obras de José Maria Rodrigues Ramos:

Pocket A caridade: Compreender, amar, perdoar — Coleção Virtudes

Caridade é uma palavra que soa bela na boca de todos, mas com frequência é incompreendida. Falamos em caridade e logo pensamos em grandes ações altruístas, em organizações não governamentais, em visitas a orfanatos, asilos, hospitais… Tudo isso é, sim, importante, mas talvez seja pouco. A caridade, afinal, é muito mais: trata-se de uma virtude que nos faz amar a Deus e, à luz desse amor ao Criador, permite que nos amemos uns aos outros com retidão e entrega. E isso se aplica, em especial, ao amor que se há de manifestar no dia a dia, nas situações mais simples e corriqueiras pelas quais passamos todos nós.

Clique aqui e saiba mais sobre o Pocket A caridade.

Livro Um trem que passa: Relatos de pessoas que embarcaram no trem da sua vocação

Na vida de todos nós passa um trem… ou vários. Um trem em que podemos subir ou que podemos deixar partir. O chefe da estação toca o sino. O maquinista apita. O vapor da locomotiva forma nuvens de fumaça, enevoando o ambiente. As rodas de ferro rangem e começam a girar lentamente. As pessoas despedem-se, acenando com lenços, e acompanham o movimento inicial da composição, que aumenta a marcha e, pouco a pouco, vence a inércia… Da plataforma, vê-se o trem afastar-se e diminuir de tamanho, rumo ao horizonte. Quem partiu nele, embarcou para uma aventura única e exclusiva. Já quem ficou, sente o vazio de não ter galgado os degraus da composição e sente sua alma rasgar-se na despedida. Não embarcou, deixou o trem partir… Quando passará o próximo? Talvez dentro de pouco tempo, talvez nunca. Nas páginas que seguem, narram-se algumas experiências de pessoas que não deixaram o trem partir. Descrevem-se, sempre que possível apoiado nos relatos dos próprios autores, as paisagens vitais que contemplaram durante a sua viagem e o destino das suas aventuras. Para subir no trem, todas essas pessoas – mulheres e homens – precisaram de determinação, coragem, espírito de aventura, audácia e juventude de alma.

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Livro Conhece-te a ti mesmo

É difícil agir eticamente sem autoconhecimento. Quem não sabe quem é não saberá o que é bom nem para si nem para os outros. O hábito da reflexão nos leva a enxergar as próprias inclinações, a cultivar as virtudes e, principalmente, a formar a própria consciência, a fim de que a nossa vida se guie pelo que é certo, custe o que custar. Esse livro, norteado pela máxima grega “Conhece-te a ti mesmo”, leva o leitor a olhar para dentro de si diante de questões que circundam a vida, apresentando personagens reais e fictícios que tiveram que lidar com duros dilemas éticos.

Clique aqui e saiba mais sobre o Livro Conhece-te a ti mesmo

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